Doenças em lavouras devem se intensificar com as mudanças climáticas, alerta Embrapa

As mudanças climáticas devem tornar o ambiente ainda mais propício à disseminação de patógenos, a exemplo do fungo que causa a doença brusone. Na foto, trigo com brusone.

A crise climática terá sérios efeitos no campo: doenças de plantas mais severas, resistentes e difíceis de controlar. Um estudo conduzido por pesquisadores da Embrapa indica que cerca de 46% das doenças agrícolas que ocorrem no Brasil devem se tornar mais severas até o ano de 2100, com impacto direto sobre culturas estratégicas como arroz, milho, soja, café, cana-de-açúcar, hortaliças e frutas. O aumento da temperatura e as alterações no regime de chuvas devem favorecer fungos, vírus e vetores, exigindo do País uma reestruturação nos sistemas de monitoramento e controle fitossanitário.   

A projeção vem de uma ampla revisão científica que avaliou 304 patossistemas (conjunto formado por patógeno e planta hospedeira) relacionados a 32 das principais culturas agrícolas brasileiras. O levantamento mostra que os fungos são os patógenos mais recorrentes, presentes em quase 80% dos casos avaliados.

Mais calor, mais doenças

As mudanças climáticas devem tornar o ambiente ainda mais propício à disseminação de patógenos. O estudo destaca que o aumento médio da temperatura pode ultrapassar os 4,5°C em algumas regiões brasileiras até o fim do século, se o mundo não tomar medidas para frear as mudanças climáticas. Para doenças causadas por fungos, como antracnose e oídio, esse cenário cria condições ideais para a proliferação. Alterações nas chuvas, com períodos mais secos ou intensamente úmidos, também interferem na dinâmica das doenças.

“A previsão de doenças em um cenário de mudança climática é um desafio complexo que exige a continuidade das pesquisas e implementação de novas estratégias de adaptação”, afirma a pesquisadora Francislene Angelotti, da Embrapa Semiárido (PE). Ela ainda enfatiza a importância de investimentos para fortalecer os sistemas e estruturas fitossanitários nacionais e promover a inovação científica para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas.

Vetores em expansão

Não são apenas os fungos que preocupam. As doenças transmitidas por vetores, como pulgões, cochonilhas, tripes, moscas-brancas (foto abaixo) e ácaros, também devem aumentar de importância em todo o território nacional. Segundo o pesquisador Wagner Bettiol, da Embrapa Meio Ambiente (SP), o ciclo de vida desses insetos se torna mais curto com o calor, e a sua longevidade tende a aumentar. Isso significa populações maiores, mais ativas e por mais tempo durante o ano. A consequência é um risco elevado para culturas como batata, banana, tomate, citros e milho, que já são afetados por essas pragas.

Impacto sobre defensivos agrícolas

Pesquisas apontam que as mudanças climáticas podem afetar a eficácia dos defensivos agrícolas, exigindo ajustes nas estratégias de controle fitossanitário. Toda a dinâmica dos fungicidas nas plantas (a maneira como eles são absorvidos, transportados e degradados) pode se alterar com o novo cenário climático o qual também provocará alterações morfológicas e fisiológicas nas plantas.

Com isso, o uso de produtos químicos pode se tornar menos eficiente ou exigir mais aplicações, o que aumenta custos e riscos ambientais. Esse cenário já impulsiona a busca por alternativas, especialmente os chamados agentes biológicos de controle, como os biopesticidas.

Brasil é líder em biocontrole, mas precisa avançar

O Brasil é hoje o maior produtor e consumidor de biopesticidas no mundo e tem a maior área agrícola sob controle biológico. Segundo projeção da consultoria Research and Markets, o mercado global desses produtos deve atingir 19,49 bilhões de dólares até 2030.

Apesar do protagonismo, pesquisadores alertam que o País precisa reforçar a adaptação desses bioagentes às novas condições climáticas. “Precisamos desenvolver, com urgência, bioherbicidas e produtos biológicos que aumentem a eficiência do uso de nitrogênio e reduzam o estresse abiótico das plantas”, defende Bettiol. Ele também defende o avanço na criação de soluções biológicas para o controle de doenças estratégicas como a ferrugem asiática da soja e a ferrugem do cafeeiro, além da seleção de agentes de biocontrole adaptados ao novo clima.

Monitoramento e ação coordenada

Diante do cenário projetado, os especialistas recomendam uma combinação de ações para proteger os campos brasileiros como análise de risco, prevenção, adaptação, fortalecimento da vigilância fitossanitária, ampliação de investimentos em pesquisa e incentivo à cooperação internacional. Entre as medidas de curto prazo estão o uso de sistemas de cultivo diversificados, a integração de diferentes tecnologias de manejo, o emprego de agentes biológicos e a adoção de modelos de previsão e alerta de epidemias.

“O enfrentamento desses desafios exige políticas públicas eficazes e um esforço coordenado entre agricultores, cientistas e governos para garantir a segurança alimentar e a sustentabilidade do setor agrícola”, reforça Angelotti. Ela destaca que a adaptação às mudanças climáticas no campo não pode depender apenas dos agricultores: é preciso uma articulação entre ciência, governo e setor produtivo.

Risco fitossanitário é estratégico para o País

O estudo também aponta para a ampla gama de patógenos vegetais do Brasil, em função de sua diversidade agrícola que se estende por um vasto território com climas variados, abrangendo plantas tropicais e temperadas. Essas características reforçam a necessidade da realização de avaliações regionalizadas com base na dinâmica dos problemas fitossanitários nas diferentes áreas produtoras e em cenários futuros.

A pesquisadora Emília Hamada, da Embrapa Meio Ambiente, enfatiza a importância de estudos sobre a distribuição espacial e temporal de patógenos nos cenários de risco às mudanças climáticas. Para ela, é necessário que eles contenham experimentações em condições de campo para identificar a vulnerabilidade e adotar medidas de proteção aos sistemas de cultivo.

Ela conta que as projeções climáticas indicam aumentos de temperatura no Brasil de até 4,5°C até 2100, em determinadas regiões e estações do ano. Além disso, Hamada explica, que os resultados indicam agravamento do risco de doenças fúngicas, como antracnose e oídio, em função dos aumentos de temperatura e alterações no regime de chuvas, a depender da região do País.

Os cenários de risco são cruciais para identificar a vulnerabilidade dos sistemas de cultivo a doenças em cenários de mudanças climáticas e mais avanços científicos são necessários para prevenir efetivamente danos econômicos e ambientais, complementa Hamada.

Ciência e adaptação como caminhos

O estudo da Embrapa destaca que as mudanças climáticas já estão moldando o futuro da agricultura brasileira. Se nada for feito, os prejuízos econômicos e ambientais podem ser severos. Mas, com planejamento, inovação e ações coordenadas, o País pode transformar o desafio em oportunidade para modernizar seu sistema de defesa vegetal.

A íntegra do estudo está disponível neste link.

Fonte: Embrapa

Intercâmbio Técnico entre Bahia e Amazonas reforça ações de Defesa Agropecuária

As agências de defesa agropecuária dos estados da Bahia (Adab) e do Amazonas (Adaf) promoveram um intercâmbio de experiências e conhecimento técnico. Uma oportunidade para o desenvolvimento das ações e programas sanitários da defesa animal, vegetal e de inspeção. Em destaque, a troca de informações e dados da execução do Programa Nacional de Vigilância para Febre Aftosa (PNEFA-BA) e da Monilíase do Cacaueiro. O encontro aconteceu, neste mês, na sede da Adab, em Ondina.

A equipe técnica, encaminhada pela ADAF, foi recepcionada pelo diretor geral da ADAB, Paulo Sérgio Luz, que esteve acompanhado dos demais diretores do órgão. Além da estrutura organizacional, foram apresentados procedimentos técnicos e administrativos adotados na execução das ações de defesa sanitária agropecuária no estado da Bahia. Para o gestor baiano, o compartilhamento das rotinas pelas agências promoveu a integração estratégica com vistas ao fortalecimento da defesa agropecuária.

“É uma forma de harmonizar os procedimentos, fortalecer o sistema de defesa sanitária agropecuária, contribuir para a proteção do setor produtivo agropecuário como um todo, incidindo diretamente na economia a partir da produção de alimentos e geração de empregos”, avalia Luz.

No âmbito da Diretoria de Defesa Sanitária Vegetal da Adab, o diretor Vinícios Videira apresentou o planejamento estratégico e os programas fitossanitários, com destaque para a prevenção à Monilíase Cacaueira e controle de Moscas-das-Frutas. As experiências sobre o manejo das pragas e os diferentes protocolos adotados, para prevenção e controle, foram compartilhadas pelos engenheiros agrônomos e fiscais agropecuários responsáveis.

Sobre o Programa de Agrotóxicos, foram apresentados os procedimentos adotados para a fiscalização da produção, uso, comércio, armazenamento, consumo, e o transporte dos defensivos químicos, seus componentes e afins no estado da Bahia.

Nas ações de defesa animal, o médico veterinário da Adab, José Neder, apresentou aos colegas o Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA), o qual coordena, e reforçou a importância da vigilância contínua para manter o status da Bahia como área livre de febre aftosa sem vacinação, fortalecendo a agropecuária, ampliando o acesso a mercados, garantindo a segurança sanitária dos rebanhos e fortalecendo a credibilidade do estado no cenário nacional e internacional.

Os programas nacionais de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT) e de Sanidade dos Suídeos (PNSS) também foram destacados, juntamente com o programa do Controle da Raiva dos Herbívoros.

Ascom/Adab
Ana Paula Loiola
71 3194-2044

Adab participa da primeira reunião do Comitê Interfederativo do Suasa

O Diretor-geral da Adab, Paulo Sérgio Luz, participou na última sexta-feira (18), em Brasília, da primeira reunião do Comitê Interfederativo do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa), criado com o objetivo de organizar as ações de vigilância e defesa sanitária dos animais e vegetais nas três esferas governamentais – Federal, Estadual e Municipal – com o acompanhamento da Secretaria de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura e Pecuária (SDA/Mapa).

Paulo Luz preside o Fonesa Nordeste, o Fórum Nacional dos Executores de Sanidade Agropecuária, e representou todos as agências de defesa da região Nordeste no encontro na capital federal.

Na reunião foram alinhadas estratégias de planejamento e ação do colegiado nas áreas de saúde dos rebanhos, sanidade dos vegetais, insumos e serviços utilizados na agropecuária, além da identidade e segurança higiênico sanitário dos produtos agropecuários destinados aos consumidores e a garantia de práticas leais de comércio e atuação do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi).

Além do diretor-geral da Adab, integram o Comitê, o Secretário de Defesa Agropecuário, Carlos Goulart; o presidente do Fórum Nacional dos Executores de Sanidade Agropecuária (Fonesa), Otamir Martins; o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), as Agências de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará), de Goiás (Agrodefesa); a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina  (Cidasc).

Mapa conclui auditoria do Programa Quali-SV

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) concluiu a auditoria do Programa de Avaliação da Qualidade e Aperfeiçoamento dos Serviços Veterinários no âmbito da Saúde Animal (Quali-SV), um instrumento de gestão que busca o fortalecimento do sistema de saúde agropecuário.

Ao todo, foram auditadas oito Unidades Veterinárias Locais (UVL) instaladas em municípios sedes dos 27 Territórios de Identidade da Bahia: Alagoinhas, Cruz das Almas, Feira de Santana, Itapetinga, Juazeiro, Salvador, Senhor do Bonfim, Vitória da Conquista, além do Posto Fixo de Juazeiro.

A previsão é que o relatório final da auditoria saia em novembro próximo e, a partir daí, seja elaborado o Plano de Ações para ser executado no primeiro semestre de 2025.

Na última auditoria realizada pelo Mapa, a Adab recebeu a nota 93%, com classificação “Muito Bom”. A avaliação conta com várias etapas e se baseia em dados de recursos humanos, físicos e financeiros; capacidade técnica e gestão, além de estrutura organizacional e capacidade de coordenação e de certificação para acesso a mercados nacionais e internacionais.

Em Salvador, Governo Federal lança 3ª edição do Projeto ConSIM

Com o tema “Integrando Municípios para Alimentar o Brasil”, foi lançada nesta terça-feira (3),durante ato realizado no Wish Hotel da Bahia, em Salvador, a 3ª edição do Projeto Ampliação de Mercados de Produtos de Origem Animal para Consórcio Públicos de Municípios (Projeto ConSIM 3), do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A iniciativa visa orientar tecnicamente e capacitar os consórcios públicos de municípios que buscam desenvolver seus serviços de inspeção de produtos de origem animal, para a integração ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal, o SISBI-POA. Diversos consórcios assinaram o protocolo de intenções.

O governador Jerônimo Rodrigues participou do evento junto com o ministro da agricultura e pecuária, Carlos Henrique Fávaro, e representantes do setor. “Nós estamos colocando orçamento nos consórcios para que eles possam ter dinheiro para contratar profissional, serviços de transporte, comprar cargo, tecnologia, aperfeiçoar laboratórios de análise, quando for preciso, [fazer]parceria com as universidades. Uma agenda muito importante para nós”, pontuou o governador Jerônimo Rodrigues.

 “É importante gerar emprego e oportunidades, mas precisamos pensar também naqueles pequenos homens e mulheres que vivem no campo e querem ter a chance de vender seus produtos com qualidade, com atestados de segurança para todo o Brasil”, afirmou o ministro Carlos Henrique, reforçando a importância da parceria entre Governos Federal, Estadual e municípios.

De 2006, quando o SISBI foi criado, até 2023, foram emitidas 308 certificações. Nos 20 meses do governo Lula, este número subiu para 1500. A previsão é chegar a 2000. A expectativa é ampliar o comércio das agroindústrias de carnes, leite, pescados, ovos, mel e os respectivos derivados, por meio do reconhecimento de equivalência e adesão ao SISBI-POA. Para a execução do protocolo, não haverá transferência de recursos financeiros entre os partícipes, apenas adequação e atendimento às normas estabelecidas.

No processo, os consórcios são orientados para adequação da base legal, previsão da execução da inspeção de produtos de origem animal e composição da equipe de coordenação e fiscalização. Os estabelecimentos recebem consultoria referente às instalações sanitárias adequadas e elaboração e implantação dos programas de autocontrole. Entre os resultados esperados com esta ação, estão maior oferta de produtos de origem animal com regularidade sanitária; desenvolvimento das agroindústrias familiares, de pequeno e médio porte, com valorização dos produtos; aumento de renda aos produtores; maior oferta de empregos e desenvolvimento regional.

“É uma parceria que dá certo. Incentivar aquele estado, ampliar o que já existe e você poder comercializar o que é produzido em outros territórios, que não sejam só os territórios onde é produzido”, considerou o secretário da agricultura da Bahia, Wallisson Torres.

Contemplados

Nesta edição, 78 consórcios públicos municipais se cadastraram no edital, representando cerca de 1400 municípios brasileiros. Deste total, 39 consórcios foram selecionados para assinar o protocolo de intenção, abrangendo 768 cidades, localizadas em 14 estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo. Em função dos resultados no desenvolvimento das atividades, eles foram organizados em duas turmas. A meta é integrar 100 consórcios, representando mais de 1000 municípios.

Da Bahia, assinam seis consórcios: de Desenvolvimento Sustentável do Alto Sertão, de Caetité; de Desenvolvimento Sustentável do Território Piemonte Norte do Itapicuru, de Senhor do Bonfim; Intermunicipal Bacia do Rio Corrente, de Santa Maria da Vitória; de Desenvolvimento Sustentável do Território Bacia do Paramirim, de Caturama; de Desenvolvimento Sustentável do Território Portal do Sertão, de Feira de Santana; e do Território do Recôncavo, de Castro Alves.

“Isso significa uma geração de emprego, de renda, valorização do homem e da mulher do campo, dos produtos de origem animal. Então, isso garante também que produtos com a qualidade melhor cheguem até o consumidor”, garantiu o presidente da Federação dos Consórcios Públicos da Bahia, presidente do Consórcio do Recôncavo e prefeito de Castro Alves, Thiancle Araújo, lembrando que essa certificação confere mais força aos consórcios, por meio dos Serviços de Inspeção Municipal. Outros 11 consórcios estão em adaptação, para atender aos requisitos da certificação. Com isso, 85% dos empreendimentos estarão integrados ao SISBI.

Referência e autorização

Durante o evento, apresentados produtos certificados em edições anteriores do Consid, Consisal, Sertão do São Francisco, Chapada Forte, Construir e Velho Chico. Um conselho gestor vai indicar um corpo técnico com seis fiscais agropecuários para compor, junto ao Mapa, a equipe de orientação. Na mesma ocasião, o governador ainda autorizou a Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) a asfaltar o trecho de 3,2 km do entroncamento da BA-120 ao povoado de Jibóia, em Retirolândia. A pavimentação vai facilitar a mobilidade urbana e o escoamento da produção agrícola.

Texto: Secom/GOVBA

Adab discute novas ações de vigilância para a Febre Aftosa em todo estado

A Adab promoveu, nesta terça (6) e quarta-feira (7), no seu escritório de Feira de Santana, um treinamento com a equipe de profissionais e técnicos da Defesa Sanitária Animal (DDSA), dos 27 Territórios de Identidade da Bahia, para atuação das novas ações de vigilância previstas no Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA).

Desde maio deste ano, a Bahia passou a contar com o status sanitário de Zona Livre Sem Vacinação (ZLSV) e, para a nova fase, foi elaborada uma nova metodologia de vigilância em todo o território baiano para a prevenção da principal enfermidade responsável pelas restrições e comercialização dos produtos agropecuários.

“Esse alinhamento é muito importante para que todos possam atuar de forma sincronizada, com a previsão e o planejamento da coordenação do Programa e alinhado com o Ministério da Agricultura e Pecuária [Mapa]”, explicou o coordenador do PNEFA na Adab, José Neder Alves.

De acordo com o Fiscal Estadual Agropecuário, Iran Ferrão, que atua no escritório da Adab em Itapetinga, no Médio Sudoeste, a Bahia passa por uma transição do atual modelo de vigilância, com a utilização de vacina e, agora, sem a necessidade de vacinação.

“Necessitamos de uma nova abordagem na vigilância a propriedades rurais, análises de riscos, um novo modelo de prevenção para os riscos de introdução e disseminação da Febre Aftosa, e isso requer uma qualificação dos profissionais”, afirmou Ferrão, que apresentou os trabalhos de vigilância ativa realizados pelo escritório da Adab em Itapetinga. “São visitas a propriedades rurais com o objetivo de mitigar os riscos, com medidas de biosseguridade, para evitar que qualquer propriedade se torne um potencial disseminador, caso haja introdução do vírus em nosso estado”, explicou.

O estado foi reconhecido nacionalmente pelo Mapa como ZLSV, após atender aos critérios definidos no Plano Estratégico do PNEFA, que está alinhado ao Código Terrestre da Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA).

A Bahia busca a conquista do reconhecimento internacional e a OMSA exige a suspensão da vacinação contra a febre aftosa e a proibição de ingresso de animais vacinados nos estados e regiões propostas por, pelo menos, 12 meses. O Selo Internacional atesta que o estado tem condições de atender os protocolos sanitários exigidos internacionalmente, com novas oportunidades de negócios de exportação com outros países e, consequentemente, aumento da geração de renda e de receita.

Sorologia confirma sanidade de suínos na Bahia

A Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), sob a coordenação técnica do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), concluiu o 3º Ciclo do Plano Integrado de Vigilância de Doenças dos Suínos e não constatou a presença da Peste Suína Clássica (PSC) nas 1.062 amostras de sangue colhidas de suínos de 127 propriedades, distribuídas em 74 municípios do interior do estado.

A Bahia detém o status internacional de estado livre da doença, desde 2016, com a garantia da sanidade do rebanho, alavancando o desenvolvimento da suinocultura baiana, com oportunidades de abertura de mercados para exportação, consumo doméstico, desenvolvimento da cadeia produtiva e garantia da segurança alimentar.

As amostras coletadas por equipes da Adab para realização de exames para comprovar a inexistência de circulação viral foram encaminhadas ao Laboratório de Defesa Animal da Adab (Ladesa), em Salvador, e ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA), do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em Pedro Leopoldo (MG). “A meta é manter a vigilância ativa e identificar animais com suspeita de doenças hemorrágicas de suínos”, explicou o coordenador do Programa de Sanidade dos Suínos da Adab, Rui Leal.

Já na vigilância clínica, os 32.706 suínos vistoriados também não apresentaram sintomatologia para a Síndrome Reprodutiva e Respiratória de Suíno (PRRS).

O 4º ciclo do Plano Integrado de Vigilância de Doenças de Suínos está previsto para ter início no mês de outubro próximo e a conclusão em junho de 2025. O programa prevê vigilâncias sorológicas e clínicas de suínos em estabelecimentos de criação, em abatedouros, além da vigilância em animais asselvajados, javalis e seus cruzamentos em vida livre.

Peste Suína Clássica (PSC)

Doença causada por um vírus, caracterizada por ser altamente contagiosa, sem tratamento e cura. A Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA) considera uma enfermidade de notificação compulsória.              

Adab recebe classificação 'Muito Bom' em índice de desempenho do Ministério da Agricultura e Pecuária

A Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) recebeu a nota 93%, com classificação “MUITO BOM”, quanto ao índice de desempenho do Plano de Ação no âmbito do Programa Quali-SV, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A informação foi divulgada nesta terça-feira (16), na sede da Agência, em Salvador, durante reunião com a Chefe do Serviço de Saúde Animal da Superintendência Federal de Agricultura na Bahia (SISA/SFA-Ba), Márcia Alves, com equipes de auditores federais e fiscais estaduais agropecuários e coordenadores dos programas de Defesa Sanitária Animal.

Para esta avaliação foram considerados quesitos como implementação das medidas corretivas indicadas em auditoria anterior, nas quais observou-se 95,38% concluídas e apenas 4,62 % em atraso, demonstrando que o referido plano está praticamente finalizado em sua execução. Na avaliação da implementação das recomendações, verificou-se que 84,21% delas foram plenamente atendidas, restando somente 15,79% das recomendações parcialmente atendidas.

“Isso demonstra a necessidade de continuidade da implementação das ações para a conclusão dos apontamentos feitos na última auditoria, essenciais para efetivação das melhorias no Serviço Veterinário Oficial do Estado”, explicou Márcia Alves.

“As notas alcançadas por meio das supervisões da SFA-Ba são balizadoras das nossas ações. Elas formam um instrumento imprescindível do Quali-SV, mas também apontam as melhorias dentro da instituição e seus níveis de avanço”, enfatizou o diretor geral da Adab, Paulo Sérgio Luz.

O resultado apontou ainda, a modernização das atividades pecuárias por meio do Sistema de Defesa Agropeciuário da Bahia (Sidab), a renovação da frota e a aquisição de parque computacional como oportunidades dentro da defesa agropecuária. A contratação de quadro pessoal e o planejamento estratégico das ações foram outros pontos discutidos na reunião.

“Temos uma grande responsabilidade com o crescimento da agropecuária da Bahia. E as exigências dos mercados passam pelo fortalecimento da nossa Agência, em função de sua competência certificadora e de sustentabilidade aos produtos de origem animal e vegetal”, avaliou Paulo Luz.

A Bahia possui localização estratégica diante de doenças de importância econômica para o Brasil como a Febre Aftosa, a Peste Suína Clássica, e tem um rebanho com baixa prevalência de brucelose e tuberculose.

“Por tudo isso, vamos continuar utilizando instrumentos como o Quali-SV para fazer diagnósticos cada vez mais precisos dos pontos a serem incrementados para alcançar a excelência em todos os serviços”, frisou o diretor-geral.