Notificada pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), sobre a detecção da bactéria (Candidatus Liberibacter asiaticus), causadora do Greening, em plantio de citros, nos municípios de Visconde do Rio Branco e Tocantins, situados na Zona da Mata mineira, a ADAB (Agência Estadual de Defesa Agropecuária) repassou o alerta a todos os 394 escritórios da autarquia e oito estados para evitar que a praga com alto poder de destruição entre no território baiano, zona livre do Greening.“A praga é avaliada como a mais importante da citricultura mundial, pois afeta os frutos, que deixa de produzir totalmente dois anos após a infecção e uma vez infectada, a planta não tem cura”, alerta o diretor-geral da ADAB, Maurício Bacelar. Um dos principais agravantes é a facilidade de disseminação através do inseto vetor (Diaphorina citri) e material propagativo infectado.
A fiscalização contra o Greening e outras pragas é ação rotineira da autarquia mas nos últimos dias, o monitoramento e a fiscalização foram intensificados, especialmente nas áreas de fronteira onde foi registrada a ocorrência.
Desde 2011, o Estado investe em diversas frentes para retardar a entrada da praga em território baiano. Já foi editada legislação para produção de mudas cítricas em viveiro telado, em parceria com órgãos de pesquisa e universidade, estudo da paisagem citrícola, realizando simulações acerca de como se daria a dispersão da praga nos pomares. Também a fiscalização do trânsito e comércio de mudas em várias regiões do estado para implementação de medidas preventivas.
“A sociedade pode nos ajudar. Os comerciantes de viveiros e hortos têm que colaborar não comercializando mudas de estados onde a ocorrência da praga foi registrada e a população deve evitar comprar material propagativo de origem desconhecida”, destacou o diretor-geral da ADAB.
Os estados notificados pela ADAB foram Goiás, Espírito Santo, Tocantins, Pernambuco, Piauí, Alagoas, Paraíba e Sergipe.
Contra o Greening
Uma das frentes de combate ao Greening na Bahia é a operação conjunta da ADAB e a Companhia de Proteção Ambiental da Polícia Militar, realizada em diversos hortos de Salvador e Região Metropolitana. O trabalho começou na segunda (16) e já foram apreendidas cerca de 800 mudas, sem origem conhecida. O Greening (ou HLB dos Citros) é a doença mais importante da citricultura mundial, pois afeta letalmente a planta que perde a capacidade de produção.
“Somos área livre de não ocorrência da praga e para mantermos esse status, precisamos unir os esforços de todos os segmentos da sociedade contra o Greening, por isso, pedimos que a população e comerciantes do setor só adquiram mudas, cavalinhos e borbulhas de viveiros credenciados no MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e cadastrados na ADAB para evitar a propagação”, alerta o diretor-geral da autarquia, Maurício Bacelar. “Os recentes registros da praga em vários municípios de Minas Gerais confirma que o Greening está se expandindo, aumentando o risco da entrada na Bahia através de material contaminado”, destaca Suely Brito, coordenadora do Projeto Fitossanitário do Citros da ADAB.
A agência alerta para que não seja comercializado material propagativo de citros e murta (Murraya paniculata) procedentes de unidades da federação com ocorrência da praga, a exemplo do Paraná, São Paulo e Minas Gerais.