Para conter um foco de cochonilha do carmim no município de Riacho de Santana no mês de maio, a equipe da ADAB (Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia) orientou o imediato manejo na área afetada para que a praga não se alastrasse pela plantação de palma forrageira, cultura essencial para a alimentação do gado, especialmente no nordeste brasileiro.

 

“Recomendamos eliminar as raquetes contaminadas imediatamente. O produtor pode fornecer esse material aos animais ou incinerar. É importante fazer o monitoramento da área constantemente”, explica o fiscal estadual agropecuário José Harley.

 

Apesar da facilidade de adaptação às condições climáticas e de solo adversas, as principais variedades usadas pelos produtores baianos, a exemplo da palma gigante, redonda e orelha de onça, são susceptíveis à cochonilha do carmim, o Dactylopius opuntiae, praga de alto potencial agressor e que responde pelo ataque à cultura da planta no estado.

 

O primeiro foco da Cochonilha do Carmim em território baiano foi registrado no município de Glória, divisa com Pernambuco, em 2017. “Novo foco surgiu no ano seguinte, em Botuporã, a 1 mil km de distância, apesar de o caso inicial ter ficado restrito à região, possivelmente o trânsito de animais vindo de outros estados reintegrou a praga na Bahia", ressalta o coordenador do Programa Estadual de Prevenção e Controle da Cochonilha do Carmim, Albany Lopes,

 

Em 2019, nos Municípios de Jacobina, Macaúbas e Tanque Novo foram identificados novos focos. A gerente do Território do Sertão Produtivo da ADAB, Jucilayne Fernandes, lembra que desde que a praga foi detectada, agentes da autarquia, além dos secretários de Agricultura dos municípios se reúnem e discutem alternativas para reduzir o avanço da Cochonilha.

 

“Atuamos de forma preventiva, informando e orientando os produtores e trabalhadores rurais, através de seminários, entrevistas em rádios locais, fiscalizando e realizando inspeções e monitoramento das áreas”, enfatiza.



a



 

A Cochonilha do Carmim, é um inseto que se alimenta da seiva das plantas provocando o amarelecimento, destruindo rapidamente a palma forrageira.

Cinco produtos receberam registro do Ministério da Agricultura para utilização no controle da praga. Também a aplicação do detergente neutro a 2% tem sido usado.

 

“A principal estratégia comprovada através de pesquisas é a substituição de variedades suscetíveis por variedades resistentes, como a palma doce ou miúda, mão de moça ou sem espinhos, orelha de elefante africana e orelha de elefante mexicana”, reforça o diretor-geral da ADAB, Celso Carvalho Filho.

 

A Suaf (Superintendência de Agricultura Familiar), da Secretaria de Desenvolvimento Rural em parceria com a ADAB e Secretarias de Agriculturas municipais cadastrou produtores e distribuiu 225 mil raquetes de palmas resistentes à praga nas regiões afetadas e com previsão para entrega de outras 150 mil em 2021.



a