Embora as últimas ocorrências de PSC (Peste Suína Clássica) registradas em território baiano tenham ocorrido duas décadas atrás, visando alavancar as exportações de carne suína, a Bahia, através da ADAB (Agência Estadual de Defesa Agropecuária), liderou o primeiro debate nacional sobre o desenvolvimento do Plano Estratégico Brasil Livre de Peste Suína Clássica em estados que ainda apresentavam focos da doença. Embasado na troca de experiências também de entidades nacionais do setor produtivo de suídeos, a partir do evento ocorrido na Bahia, em outubro de 2019, o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) está lançando o Plano Estratégico Brasil Livre da Peste Suína em Alagoas, um projeto piloto com participação dos setores público e privado que inclui vacinação do rebanho de suínos, a partir de maio.
“Essa é uma conquista importante, nos orgulhamos em ter participado ativamente para essa construção, ou seja, a produção de um plano efetivo. Sempre nos colocamos disponíveis para colaborar com estados não livres, e enviamos equipes especializadas para reforçar ações de combate e controle da doença, que pode afetar decisivamente as exportações, apesar de a Bahia ter conquistado a certificação internacional livre da PSC em 2016”, explica Maurício Bacelar, diretor-geral da ADAB.
Para o presidente do Fonesa, (Fórum Nacional de Executores de Sanidade Agropecuária), Mário Lousada, que participou do evento em Salvador, junto com representantes do MAPA e dirigentes da defesa agropecuária de 18 estados, a Bahia capitaneou as discussões e os resultados estão surgindo agora, a começar por Alagoas.
”Há dois anos, a ADAB abriu o debate nacional através de um seminário e saiu a proposição desse projeto piloto. Tudo começou a partir desse movimento para que a PSC não se alastrasse pelo Brasil, uma vez que a Bahia é uma barreira natural pela posição geográfica e cumpre todos os controles sanitários para que a doença não atinja o estado ou chegue a outros territórios do país, garantindo melhor produtividade e exportações nacionais”, reforça Lousada.
“O governo da Bahia assumiu o ônus do trabalho de defesa até agora, pelo fato de naturalmente sermos uma zona tampão contra diversas enfermidades, embora a responsabilidade seja do governo federal. Ficamos felizes por ter contribuído com o projeto que inclui a iniciativa privada para estar junto e colaborar com o crescimento do segmento”, ressalta Maurício Bacelar.
“A Bahia mantém convênio de cooperação com Alagoas, Piauí e Pernambuco para o desenvolvimento de ações conjuntas, em caso de focos nestes estados’’, ressalta Rui Leal, coordenador do Programa Estadual de Suínos da ADAB”.
A implantação do Plano Estratégico visa coibir os riscos de novos focos e estimular ainda mais as exportações com alta prevista de 10%, em relação a 2020, superando a marca de 1 milhão de toneladas e produção de 4,4 milhões de toneladas de carne suína este ano.
O controle e erradicação da PSC na Zona Não Livre do Brasil que compreende os estados de Alagoas, Amapá, Amazonas, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Roraima deverá proteger a atual Zona Livre e a comercialização de carne suína, além de fortalecer as ações do Serviço Veterinário Oficial (SVO) no desenvolvimento de ações e vigilância das enfermidades que atingem os animais.