Atendendo reivindicação do governo do Estado, através da Seagri, e dos produtores de banana dos distritos irrigados de Formoso, em Bom Jesus da Lapa, e de Nupeba e Riacho Grande, no município de Riachão das Neves, o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), em reunião de diretoria, resolveu suspender a restrição de financiamento agrícola para investimentos e custeio em cultivos de banana na Bahia. O secretário da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, parabenizou a diretoria do banco, e afirmou que “este ato corrige uma injustiça que estava sendo cometida contra os produtores de banana da Bahia”. A medida vai ser normatizada, mas os agricultores já podem se dirigir às agências do BNB.

O presidente da Associação Banana da Bahia, Ervino Kogler, agradeceu ao governo do Estado, através da Secretaria da Agricultura “pela rapidez com que nosso pleito foi encaminhado pelo secretário Eduardo Salles”, e afirmou que essa decisão do BNB significa a retomada do plantio de novas áreas. “Nós somos o maior pólo produtor de banana do Nordeste, e estávamos sem a importante parceria do BNB. Só estava faltando financiamento para ampliarmos a área plantada”, afirmou Ervino, acrescentando que “praticamos uma atividade de alta tecnologia e com custo alto, responsável pela geração de milhares de empregos na região”.

O BNB havia suspenso o financiamento alegando a existência da praga Sigatoka Negra, mas o secretário Eduardo Salles demonstrou ao banco que a Bahia, segundo maior produtor nacional de banana, é o primeiro Estado reconhecido pelo Ministério da Agricultura como área livre da Sigatoka Negra. Em ofício enviado ao BNB, ele reivindicou a suspensão da restrição, destacando o cuidado nas áreas dos perímetros irrigados, onde a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia, (Adab), vinculada à Seagri, realiza o monitoramento das doenças da bananeira, tendo como foco principal a Sigatoka Negra.

Além da Bahia ser livre desta praga, a região Oeste da Bahia possui clima favorável que por si só já é um agente limitador da instalação da doença, conforme destaca Lindomar Barbosa de Souza, coordenador do Conselho de Administração dos distritos de irrigação de Nupeba e Riacho Grande.

Ele acentuou a importância social e econômica da decisão do BNB, lembrando que produtores remanejados do perímetro irrigado de Mirorós, gravemente atingidos pela seca, ocupam agora diversos lotes em Nupeba e Riacho Grande, onde agora vão poder investir.

Perímetro Irrigado Formoso

A Associação do Distrito de Irrigação Formoso conta com 1.165 produtores associados, proprietários de lotes agrícolas, distribuídos em 12,1 mil hectares de área irrigáveis, sendo 913 lotes de pequenos produtores e 252 lotes empresariais. Do total dessa área, oito mil hectares estão em plena produção e, até o final do ano, poderão ser acrescidos mais mil hectares. Esse potencial produtivo gera diretamente no setor primário sete mil empregos e, indiretamente, 14 mil empregos no entorno do perímetro beneficiando uma população estimada em 100 mil habitantes.

O perímetro é voltado para a fruticultura irrigada, tendo no cultivo da banana o seu principal produto. Mensalmente, cerca de 12 mil toneladas de banana saem do Distrito com destino a diversos centros de consumo. Atualmente, o Perímetro Formoso tem população em torno de 10 mil habitantes, com perspectiva de crescimento para os próximos anos, pois ainda não foi implantada a totalidade da área irrigável prevista.

 

Ascom Seagri