O diretor executivo do Sindicato da Indústria do Tabaco no Estado da Bahia (Sinditabaco) esteve na sede da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) na manhã desta terça-feira (22), solicitando apoio institucional para impulsionar a cadeia produtiva no Estado. O tema também será abordado na 10ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro para Controle do Tabaco, a ser realizada no mês de novembro, no Panamá.

Com o envio de 85% da produção para 105 países, o Brasil ocupa a posição de maior exportador de tabaco no mundo. “Na Bahia, o setor produtivo de folhas e charutos artesanais tem tradição centenária e é desenvolvido como atividade complementar a outras plantações”, esclarece o diretor executivo do Sinditabaco, Marcos Augusto Souza, dando destaque ao fato da cultura ter grande participação de unidades produtivas familiares.

O Recôncavo Baiano apresenta as melhores condições endafo-climáticas para a produção do tabaco negro, já reconhecido internacionalmente. Na região, a Adab realiza intenso trabalho de certificação quanto à Área Livre de Mofo Azul do Tabaco, atestando a qualidade das folhas e atendendo às exigências dos mercados compradores. O setor fumageiro baiano emprega 10 mil trabalhadores que atuam de forma artesanal. “Trata-se de uma cultura com dinâmica internacional que tem representatividade social, econômica e ambiental”, destacou diretor geral da Adab, Paulo Sérgio Luz. “Vamos apoiar o segmento para fortalecer parcerias, apresentando a força do setor e seus impactos positivos para a Bahia”.

Participou da reunião, o diretor de Defesa Vegetal da Adab, Vinícios Videira, disse que “em nosso estado esta atividade é predominantemente feminina, desenvolvida por agricultores familiares, em especial  por mulheres com faixa etária superior a 40 anos, segmento que tem total atenção do governador Jerônimo Rodrigues”. Segundo ele, em algumas localidades, o cultivo do tabaco faz parte da renda de 97% das famílias. “Em todos os 10 melhores charutos do mundo há o tabaco produzido na Bahia, colocando o estado em posição de destaque no mercado agroindustrial”, apontou o gerente da área vegetal do Território Portal do Sertão e Projeto Fitossanitário de Prevenção ao Mofo Azul, Aurino Soares, que também esteve no encontro.

Área Livre do Mofo Azul

Em 2010 a Bahia recebeu o status de Área Livre do Mofo Azul. No ano seguinte a região passou por uma auditoria do governo chinês para exportar o primeiro lote do produto. Em 2012 foi assinado o protocolo de intenções para as exportações. Para manter a Bahia como Área Livre do Mofo Azul a Adab realiza procedimentos anuais de monitoramento da praga, principal entrave impeditivo das exportações. O primeiro passo é a escolha das propriedades para a observação de parâmetros como histórico da região, quantitativo de produtores e área cultivada, entre outros. Em seguida são aplicados inquéritos fitossanitários e realizado o georeferenciamento nas propriedades.

Os monitoramentos são feitos desde as sementeiras, passando por vários estágios de crescimento até áreas úmidas aleatórias da lavoura, de modo a inspecionar 2% das plantas. Todas as amostras coletadas são encaminharas para análise em laboratórios credenciados pelo Ministério da Agricultura. O resultado é a ausência do fungo, técnicos treinados, credibilidade junto aos mercados compradores e fortalecimento da cadeia produtiva.  Na última década, entre as ações de controle, já foram contabilizadas a aplicação de mais de dois mil inquéritos fitossanitários com colheita de mais de 300 amostras.

Ascom Adab 22.08.23

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