Cerca de 50 médicos veterinários participaram do Curso Vacinação de Brucelose na manhã desta quinta-feira (14) na sede da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), em Salvador. O evento integra as estratégias do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT) na Bahia, que tem o objetivo maior de ampliar os índices vacinais de imunização das bezerras de 3 a 8 meses em todo o estado.
Na abertura do curso, além da coordenadora do PNCEBT, Luciana Ávila, estiveram presentes o diretor de Defesa Animal, Carlos Augusto Spínola que, na oportunidade, representou o diretor geral, Paulo Sérgio Luz, em viagem ao Oeste para o lançamento da Operação Safra, o diretor de Inspeção de Produtos de Origem Agropecuária, José Ramos, o coordenador Administrativo Financeiro, Cláudio Alves, o médico veterinário da Adab e coordenador do Projeto de Bem-estar Animal, Valentim Fidalgo, o coordenador do Programa de Sanidade dos Suínos, Rui Leal e a médica veterinária Maria Tereza Mascarenhas, representando o Conselho Regional de Medicina Veterinária da Bahia.
A primeira palestra do dia, proferida pelo médico veterinário da Adab, Iram Ferrão, abordou a “Atuação do Médico Veterinário na Vigilância em Saúde Animal”. Ele trouxe o cenário no qual esses profissionais atuarão em campo, interagindo com o animal, o ecossistema e a sociedade. “A vigilância em saúde animal é um bem coletivo e precisa ser uma atividade desenvolvida, considerando questões de universalidade, transversalidade e sustentabilidade”, afirmou o especialista. Segundo ele, o contexto da Medicina Veterinária ultrapassa as barreias da saúde animal para abranger ainda a economia, a produção de alimentos e a saúde pública. “Nesse sentido, buscamos o entendimento de que a intervenção organizada do médico veterinário é essencial para combater enfermidades de importância econômica mas ele precisa compreender o conceito da gestão da saúde na produção animal”, explicou Ferrão, acrescentando que neste trabalho, o médico veterinário atua dentro e fora dos limites das propriedades. “Cuidamos do bem particular que é a fazenda, do bem público que é a saúde coletiva e tudo isso, fazendo vigilância sanitária e manejo”, avaliou.
Ainda pela manhã, a coordenadora do PNCEBT-Ba, Luciana Ávila, falou sobre a Brucelose Bovina, sua incidência, prevalência , potencial zoonótico, prejuízos econômicos e demais informações para mostrar ao produtor a importância da vacinação contra a doença. Já com relação à Tuberculose, a abordagem foi quanto aos impactos na saúde pública, sendo a Bahia o 3* estado do Brasil com maior incidência. “Diferente da Brucelose, um animal diagnosticado com Tuberculose não tem aproveitamento de carcaça e este também é um bom argumento para utilizar com o produtor no momento de explicar a importância dos cuidados com a doença”, apontou a médica veterinária da Adab.
Encerrando o conteúdo apresentado pela manhã, os participantes receberam informações sobre a Instrução Normativa n10. A coordenadora apresentou ainda o único estudo de prevalência da Brucelose feito na Bahia em 2004, realizado em 1400 propriedades e identificando mais de 10 mil animais diagnosticados. O estudo, publicado em 2009, apontou um índice de 4,2% de propriedade positiva. Entre os fatores de risco e proteção analisados, Luciana Ávila colocou a compra de reprodutores, a existência de áreas alagadiças e a vacinação de fêmeas de 3 a 8 meses contra a Brucelose.
Na parte da tarde, as palestras versaram sobre a Vacina RB51, Cadastro, Emissão de Receituário e Certificado SIAPEC e Ética.