O estudo da prevalência e distribuição espacial da tuberculose bovina, desenvolvido pela Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), órgão vinculado à Secretaria da Agricultura, em parceria com o Ministério da Agricultura (MAPA) e Universidade de São Paulo (USP), será apresentado esta semana durante o XIII Congresso Internacional de Epidemiologia Veterinária e Economia (ISVEE). O evento iniciado na última segunda-feira (20) na cidade de Maastricht, Holanda, segue até o próximo dia 24 e trabalho teve como autora a Médica Veterinária da Agência, Luciana Ávila, atual coordenadora estadual do Programa de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT).
O objetivo do estudo foi conhecer pela primeira vez a prevalência dessa enfermidade nos rebanhos baianos para identificar a existência de agrupamentos ou “clusterings” na distribuição. Com isso a expectativa da Médica Veterinária da Adab é obter informações e ferramentas para a elaboração de estratégias de controle da enfermidade. “A Tuberculose Bovina é uma doença infecciosa que acomete o homem e diversas espécies de mamíferos, causando profundas perdas econômicas para as regiões infectadas e forte impacto na saúde publica”. Explica Luciana Ávila.
“Ao apresentar um trabalho como esse em um evento que reúne médicos veterinários e epidemiologistas de todo o mundo, podemos mostrar a outros países como fazemos defesa agropecuária na Bahia”, salienta o Diretor Geral da Adab, Paulo Emílio Torres. “E os resultados do estudo de Luciana Ávila trazem um cenário animador no controle da doença na Bahia, devido a uma prevalência predominantemente baixa em todo Estado”, acrescenta Torres, lembrando que conforme o estudo não houve nenhum agrupamento de maior risco para a Tuberculose Bovina na Bahia.
Segundo Luciana, o uso da análise espacial foi bastante útil para observar a distribuição espacial das ocorrências da enfermidade no Estado, apontando que a prevalência encontrada é independente de fatores espacialmente estruturados. “A prevalência de tuberculose nos rebanhos bovinos baianos foi de 1.6%, com intervalo de 0,3 - 2,9% a depender da região. Esses resultados colocam a Bahia como entre os Estados com a menor prevalência no Brasil e a necessidade de discutir novas estratégias no controle da enfermidade”, diz Luciana.
O estudo envolveu 1.305 propriedades sorteadas aleatoriamente em todo Estado e 18.810 bovinos. “Os exames para tuberculose permitiram conhecer a realidade da enfermidade na Bahia, sua situação epidemiológica e ainda agregar uso de novas tecnologias em epidemiologia no estudo da doença”, enfatiza o Diretor de Defesa Sanitária Animal da Adab, Rui Leal. “Estas tecnologias tem possibilitado agregar dados epidemiológicos a mapas cartográficos digitalizados, produzindo mapas temáticos de distribuição de doenças”, esclarece Leal.
Ascom / Adab