O cerrado e semiárido baiano estão propondo uma nova era para a produção de cacau no Estado. A aposta dos pesquisadores e produtores é que o cultivo do cacau em áreas não tradicionais é viável, produtivo e inovador. Nos últimos anos o Oeste intensificou processos de pesquisa para a produção de mudas adaptadas a estes biomas, estabelecendo parcerias com produtores locais e players do mercado cacaueiro. A defesa fitossanitária também foi inserida nesse contexto através da Biofábrica BioBrasil, instituição apta a comercializar mudas de cacau certificadas em toda a região Oeste.

Para compartilhar experiências a respeito de todas as peculiaridades desta nova cultura na região e, buscar o fortalecimento da cadeia produtiva, foi realizada a segunda edição do evento “Cacauicultura 4.0”. Dias 23 e 24 de março, produtores, pesquisadores e investidores estiveram em Barreiras para socializar as demandas e experiências com a produção de cacau. O diretor geral da Adab, Paulo Sérgio Luz, acompanhado do diretor de Defesa Vegetal, Vinícios Videira e da Assessora Especial da Secretaria de Agricultura da Bahia, Keyla Soares, participou das atividades. O evento contou com palestras, painéis, casos de sucesso e visitas técnicas para os participantes conhecerem, in loco, plantio de cacau no cerrado a pleno sol.

No primeiro dia (23) pela manhã as discussões abordaram crédito, cooperativismo e indústria. A Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), foi representada por Anna Paula que falou sobre “Perspectivas para o Futuro da Cacauicultura”. Em seguida, o “Sistema Cooperativista” foi o tema apresentado por David Schimidt. O produtor rural e projetista, Márcio Oliveira falou sobre “Projeto de Crédito e Fomento”. Após o intervalo com degustação de chocolates, os participantes ouviram a representante da Cargill, Alessandra Chaves, sobre “Sistemas Agroflorestais de Cacau”. Ao final, uma mesa redonda debateu a “Rastreabilidade na Cadeia do Cacau. Pela tarde foi a vez deValnei Pestana, presidente da Câmara Setorial do Cacau levar informações sobre “Cacau como alimento”. A Cargill voltou à pauta com Bruno Cheble e Fábio Marques abordando “Mercado de Cacau e iniciativas Farming”. As experiências com o cacau no semiárido mineiro e o UIMPI Cacau da Ceplac foram os temas de Vitor Maia e Lucimara Chiari, respectivamente. A Ceplac também levou informações sobre “Uniformidade como base para cultivo intensivo do cacaueiro”, pelo pesquisador Basílio Leite. Antes de encerrar a programação do dia, foi realizado o lançamento do Programa Cacau Produtivo, pela Aiba, Abiove e Cargill. Ao final, os participantes discutiram o “Registro de novas moléculas que atendam á cacauicultura” em uma mesa redonda.

A expectativa do público para esta sexta (24) foi o Dia de Campo para conferir, na prática, o desenvolvimento de mudas e o plantio de cacau sob o sol da região Oeste. “Estamos falando de uma área que possibilita o estabelecimento de lavouras isoladas de outras espécies. O cultivo do cacau tem demonstrado produtividade. E os produtores aqui são experts no cultivo com irrigação, fertirrigação, a pleno sol, com quebra-vento e uso de práticas de mecanização”, avaliou o diretor geral da Adab, Paulo Luz. Segundo ele trabalhar com a diversidade do cacau é um avanço para a lavoura baiana e possibilita a expansão de novas fronteiras agrícolas. “Mas é necessário atentar para a questão fitossanitária uma vez que, ao cultivar novas áreas de produção em um ambiente não tradicional, abre-se espaço para infestação de pragas e doenças pouco conhecidas. Daí a importância da pesquisa, extensão, fiscalização e defesa”, alertou Luz, enfatizando que, nesse aspecto, as parcerias entre entidades contribuirão para o sucesso da produção de cacau no Oeste da Bahia.

A programação do último dia incluiu tour pela estufa, área de ampliação e rustificação, além de apresentação da Biobrasil. Em seguida os participantes do II Cacauicultura 4.0 – nova era, conheceram o jardim clonal 2 e a lavoura de cacau, com demonstração de plantas com mais de 1 ano. Encerrando as atividades, a Schimidt Cacau levou informações sobre uniformidade de estande, homogeneidade de plantas e podas, fazendo comparativo entre o cacau de alta tecnologia sombreado e a pleno sol, tecnologias de irrigação e o preparo do solo para a alta produtividade em campo.

Ascom Adab 24.03.23

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