A Bahia é o segundo maior produtor de algodão do Brasil e tem uma das melhores fibras do mundo, entretanto, com o surgimento da lagarta Helicoverpazea calcula-se um prejuízo acumulado de mais de 300 milhões de reais nas safras de 2011/2012 e2012/2013. Em fórum regional sobre a praga realizado na última sexta-feira (22),no município de Luis Eduardo Magalhães, entidades de classe da região Oeste (Aiba, Abapa, Fundeagro e Fundação BA),a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), órgão vinculado à Secretaria de Agricultura (Seagri), e o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa)estabeleceram soluções para melhorar e equilibrar todo o sistema de produção, minimizando os danos causados pela praga nas culturas demilho, soja e algodão nas próximas safras.
“Nosso compromisso é com uma agricultura de qualidade e sustentável”, afirma o Secretáriode Agricultura, o Engenheiro Agrônomo, Eduardo Salles.“O Governo do Estado tem dado demonstrações de sensibilidade diante dos desafios do segmento, oferecendo apoio, trazendo soluções e alternativas, em consonância com o setor privado, entidades de classe e sindicatos, objetivando a viabilidade e a sustentabilidade das lavouras e a melhoria das condições de plantio”, completa o secretário.
A primeira medida contemplada no plano de ação, proposta pelos consultores Paulo De grande, Walter Jorge, Celso Omoto e Dirceu Pratissoli, determina a ampliação do período do vazio sanitáriode 45 para 60 dias. Durante a entressafra, de 20 de agosto a 20 de outubro de cada ano, nenhuma cultura hospedeira pode permanecer nas propriedades. A Adab já estabelece o Vazio Sanitário da Soja, amparada legalmente pela Portaria n°623 de 05 de outubro de 2007, para a prevenção e controle da Ferrugem Asiática no Oeste da Bahia. E, em relação à cultura do milho, a orientação também é, caso ocorra chuva, plantar em até 45 dias.
Na busca por uma agricultura equilibrada e sustentável, uma ação considerada primordial no combate à lagarta é a utilização de inseticidas seletivos que matam apenas a praga alvo, sem causar efeitos indesejados. Os inseticidas devem proporcionar o menor impacto sobre os inimigos naturais e integrar-se a outras técnicas de controle. Todas as propostas que envolvem o monitoramento desta praga serão encaminhadas para as comissões técnicas regionais (CTRs) e discutidas com o setor produtivo para ser implantado o Manejo Integrado de Pragas (MIP).
“O objetivo da Adab é normatizar as medidas para a criação do Programa Estadual de Controle e Manejo da Helicoverpazea, para isso, as propostas precisam ser estudadas e tecnicamente comprovadas”, destaca o Diretor de Defesa Sanitária Vegetal da Adab, Armando Sá, ressaltando que estas e outras medidas servem para quebrar o ciclo da praga e consegue-se reduzir o impacto negativo causado pela lagarta. “Com isso, o produtor terá menos gastos com defensivos agrícolas e mais chance de total aproveitamento da safra”, finaliza Sá.
Ascom / Adab