“O Plano de Controle da Mosca Negra já foi implementado pela Adab, e para que aconteça a revitalização desta cadeia produtiva, é necessário mitigar essa praga das lavouras. Demos recentemente um grande passo com a retomada da fábrica Cajuba no município de Nova Soure, potencial compradora das frutas produzidas no estado, que será certamente uma aliada na revitalização citricultura baiana”, declarou Bonfim.
A Adab, vinculada à Secretaria da Agricultura da Bahia (Seagri), elaborou o Plano de Ação do Controle da Mosca Negra, definindo métodos de manejo e mitigação da praga. Uma das ações do Plano já implementada é a realização de seminários nos municípios onde foi detectada a presença da praga, com o apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), para discutir medidas de controle e minimizar os prejuízos sofridos pelos citricultores da região. Além de promover a conscientização dos produtores, o Plano prevê a aquisição de equipamentos para aplicação de insumos e implantação de uma Biofábrica de inimigos naturais da Mosca Negra.
“É necessário realizar o controle químico e o biológico para que volte a se estabelecer o equilíbrio natural, ocorrendo de forma regionalizada. Se um município efetuar o controle da praga e o vizinho não fizer sua parte, não adianta, porque a Mosca continuará migrando de uma propriedade para a outra”, explicou o diretor de Defesa Vegetal da Adab, Armando Sá. O diretor-geral da Agência, Marco Vargas, ressaltou que o ideal é fazer a renovação das lavouras, com mudas de melhor qualidade genética. “É necessário que haja a renovação dos pomares, substituindo as plantas antigas, com baixa produtividade, por mudas mais resistentes. As mudas devem ser produzidas em viveiros telados, para que não haja contaminação, e as lavouras renovadas completamente”, disse Vargas.
Como ação emergencial, ficou estabelecida a realização de dia de campo, em Santo Antônio de Jesus, com previsão para acontecer no próximo dia 18 de setembro, visando orientar os agricultores quanto à prática de métodos de manejo e mitigação da praga. A cada cinco copos de suco de laranja consumidos no mundo, três são provenientes do Brasil. Esse domínio no mercado de fabricação de sucos se reflete na cadeia citrícola, garantindo ao país o status de maior produtor mundial. A Bahia é o segundo maior produtor nacional de citros, com área plantada de 10 mil/ha, produzindo 169.928 toneladas de frutos, e gerando uma receita bruta de R$ 74,9 milhões (IBGE/SIDRA, 2014). Trata-se de uma cultura importante na geração de renda para pequenos e médios produtores.