Solicitação foi feita durante o Seminário Brasileiro sobre a lagarta Helicoverpa Armigera

MESA DO SEMINARIOS

(Luis Eduardo Magalhães – BA) - Durante o primeiro Seminário Brasileiro sobre a Helicoverpa, realizado nesta terça-feira (30), por todo o dia e parte da noite, em Luis Eduardo Magalhães, o secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, solicitou ao Ministério da Agricultura a implantação de uma unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa (Embrapa) naquele município. De acordo com o secretário, o Mapitoba é a região que mais cresce com potencial de produção de alimentos, e “é inconcebível que uma região como essa não tenha uma unidade da Embrapa, destinada a pesquisar tudo que é produzido ali”.

Ao abrir o evento, Salles narrou as ações realizadas pelo governo do Estado para enfrentar a praga e amenizar os prejuízos causados pela lagarta aos produtores do Oeste baiano, que ultrapassam a marca de R$ 1,5 bilhão.

Organizado pelo conjunto das associações de produtores (Aiba, Abapa, Abrapa, Fundação Bahia, Fundeagro), com apoio da Secretaria da Agricultura da Bahia/Agência de Defesa Agropecuária da Bahia, Embrapa, CNA e Ministério da Agricultura, o evento contou com participação de mais de dois mil inscritos, de todos os estados do Brasil. Entre os participantes estavam toda equipe técnica da Embrapa, do Mapa e prefeitos dos municípios da região.

“Fizemos tudo o que era possível. O que falta agora é que o Ministério da Agricultura (Mapa) autorize o registro emergencial do Benzoato de Emamectina, único produto de eficácia comprovada contra a Helicoverpa”, afirma Salles. De acordo com o secretário, o questionamento do Ministério Público é quanto a falta do registro. 

Eduardo Salles defendeu ainda junção de esforços dos governos, produtores e entidades de classes, para que o decreto de registro emergencial do uso do Benzoato de Emamectina ocorra o mais breve possível. Salles lembrou que “na semana passada (dia 24), nos reunimos com o médico toxicologista PhD, Flávio Zambrone para discutir o uso deste produto. Ele recomendou o uso da Emamectina, afirmando que tecnicamente o risco de sua utilização é aceitável e não tem diferença dos demais que estão disponíveis no mercado”. Além disso, a substância é utilizada nos Estados Unidos, Austrália, Japão e países europeus, que possuem legislação extremamente rigorosa.

O empenho e atividade técnica da Adab para identificação e manejo da praga foram citados também pelo secretário. “Recentemente a Adab reconheceu a lagarta Helicoverpa, da espécie Armigera, na cultura do milho e feijão, já atingindo pequenos agricultores de vários municípios, entre eles Feira de Santana”, completou Salles.

Bahia elabora programa de controle

Durante o evento, um grupo técnico formado por consultores, do qual participa a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), apresentou proposta do Plano Fitossanitário da Bahia para a lagarta e outras pragas, que será analisado para aprovação pelo Grupo Operacional de Emergência Fitossanitária, instituído através de portaria da Seagri. Este grupo operacional reúne-se no final da tarde desta quarta-feira (31) no auditório da Associação dos Agricultores da Bahia (Aiba), em Barreiras.

O plano da Bahia servirá de base para a elaboração do plano nacional. Durante o seminário, o diretor do Departamento de Sanidade Vegetal (DSV), do Mapa, Cósam Coutinho, apresentou normativa do ministério, que estabelece a necessidade de criação do Plano Programa Nacional de Manejo das Lagartas de Grãos e da Mosca Branca. Segundo ele, a intenção do ministério é proteger o produtor de forma permanente, não só da Helicoverpa, mas de outras pragas como a Mosca Branca. "Solicitamos a todos os estados um levantamento a fim de mapearmos a ação da Helicoverpa no Brasil. Estamos estudando também a utilização e a liberação de organismos geneticamente modificados, que são resistentes à praga", explicou.

 

Ascom/Adab e Seagri 

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