A Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), órgão vinculado à Secretaria de Agricultura, confirmou o segundo caso de Mormo na Bahia. A Adab identificou um equino reagente na última quinta-feira (19), em uma propriedade localizada na região de Feira de Santana. O animal foi isolado para a realização de exame que confirmou o diagnóstico. O cavalo será eutanasiado para evitar a disseminação da doença e, após a necropsia, a equipe, composta por profissionais da Adab, do Centro de Desenvolvimento da Pecuária (CDP/Ufba) e da Unime, realizará a coleta de material para patologia.

Provocada pela bactéria Burkholderia mallei, o Mormo causa sintomatologia respiratória e cutânea nos equídeos, como secreção nasal, abscessos na pele e perda de peso. “A propriedade-foco encontra-se interditada e continuará sob vigilância ativa da Adab com monitoramento sorológico constante do restante do plantel até a erradicação do foco”, esclarece o diretor de Defesa Sanitária Animal, Rui Leal, lembrando que a medida se faz necessária uma vez que a Bahia realiza uma grande quantidade de eventos equestres em todo o Estado e é detentora do maior rebanho equídeo do país.

O Secretário Estadual de Agricultura, Eduardo Salles, se mostrou muito preocupado com a identificação de mais um foco do Mormo na Bahia. “O Brasil hoje se encontra vulnerável já que a enfermidade está confirmada em todos os Estados do Norte e Nordeste, bem como em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo”, alerta Salles, lembrando que, por ser uma zoonose, ou seja, doença dos animais transmissível ao homem, o Mormo pode provocar pneumonia grave ou até a morte do indivíduo.

“Diante deste cenário, volto a afirmar que a agropecuária baiana não pode ficar sem os recursos descentralizados para a defesa agropecuária dos estados, por meio dos convênios plurianuais do Ministério da Agricultura (Mapa). Esta situação poderá abrir as fronteiras do Brasil para a entrada de diversas pragas e doenças agropecuárias” enfatiza Salles.

Medidas

Desde a confirmação do primeiro foco de Mormo no Estado em 2012, a Adab tornou obrigatório o exame para esta doença, notificada no município de Palmas de Monte Alto. “Após a notificação da enfermidade todas as medidas sanitárias e de vigilância foram implementadas conforme a legislação em vigor, com o objetivo de controlar a doença, evitando a sua disseminação na região e no Estado”, informa o diretor-geral da Adab, Paulo Emílio Torres.

“A equipe da Adab encontra-se em alerta epidemiológico para esta enfermidade e pronta para atuar no controle e prevenção, por isso solicita aos criadores de equídeos do estado que, ao perceberem animais suspeitos de Mormo, comuniquem imediatamente ao escritório da Adab mais próximo”, solicita o coordenador do Programa de Sanidade dos Equídeos, Davi Freitas, lembrando que todos precisam fazer a sua parte, criador, veterinários autônomos e poder público, evitando prejuízos à defesa agropecuária, atividade tão importante para economia baiana. A doença é considerada de notificação obrigatória e suas ocorrências ou suspeitas devem ser imediatamente informadas às autoridades de Defesa Sanitária Animal no Estado.

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